quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

ELES VOLTARAM




Estão mais ávidos de poder e mais organizados.





    Extremamente pragmáticos, sabem exatamente o que fazer antes mesmo de fazer seja o que for. Especializados em esquemas, já conhecem todos os truques. De início, vacilavam; agora, não. Apenas perguntam: “Quanto?”.

     E sempre ganham. Acreditam que estão lá para isso, para ganhar sempre mais e mais. Lá, nas suas mansões imponderáveis, feitas por sonhadores que acreditavam em honestidade - em priscas eras - eles planejam como multiplicar os seus ganhos.

     Para isso, fazem todos os acordos. Antes de tudo, são grandes negociantes e aceitam todos os negócios, negocinhos e negociatas. Sempre ganham.

     Sentem-se intocáveis, indevassáveis. A impunidade os faz ter orgasmos. Deuses em seus olimpos artificiais, acreditam que são imortais.

     É eles que tudo decidem, e sabem disso. Ninguém escapa de suas garras. É dentre eles que saem os presidentes, ministros, secretários, diplomatas, chefes de autarquias... Tudo e todos! Organizam-se, planejam e conspiram também para indicar ao Presidente da República os Ministros do Supremo que ele deverá nomear. Todos do mesmo clube, da mesma irmandade.

     Defendem os Três Poderes, mas sabem, no íntimo, que só existe um Poder: o deles – inominado e total.

     Gostam muito de falar no Povo – como se fosse uma entidade irreal a qual devem agradecer os seus cargos. Mas, na verdade, servem aos grupos de poder que os elegeram com o seu dinheiro: banqueiros, latifundiários, empresários, multinacionais. Como abutres ou vampiros, do povo querem apenas o seu sangue.

     Dividem-se em partidos para aparentar democracia em suas atividades; legendas ilusórias com nomes pomposos. Mas é nos gabinetes fechados, iguais às salas escuras de suas mentes, que os partidos se diluem.

     Trocam favores, aumentam os próprios salários, nomeiam parentes, amigos e amigos dos amigos para todos os cargos imagináveis. E quando faltam cargos, eles os inventam.

     São especialistas em comprar e cooptar pessoas e grupos de pessoas. Sua máxima arte é a imoralidade. São corruptos profissionais e mestres em hipocrisia e se alegram e agradecem a Deus por isso.

     Eles voltaram. Voltaram de suas férias e já estão agindo – ávidos de poder e cada vez mais organizados.



     Os parlamentares voltaram.


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