sexta-feira, 26 de agosto de 2011

DILMA CANSOU DE FAXINA



Dilma mudou de ideia. Não quer mais saber de faxina. Disse, quarta-feira passada, que vai deixar a faxina ética em segundo plano. Isso, segundo todas as fontes confiáveis, mas acredito que essas fontes interpretaram mal o pensamento da nossa presidenta com “a”. Como se sabe, Dilma fala o dilmês, uma língua própria, às vezes não devidamente interpretada pelos meros mortais que não pertencem à turma do MEC que tanto deseja destruir a língua portuguesa.

     Ou reconstruí-la de acordo com a inteligência superna dos votantes do partido do governo. Há quem afirme que a novilíngua que está sendo proposta e imposta pelos pós-doutores do MEC – para que os votantes acreditem que aquela máquina de votar é igual a uma urna eleitoral de verdade e que falar portugueis é o mesmo que falar português – é inspirado no português camoniano – ou camonesco, conforme ele diria – do Lula .

     Observem que agora, depois de deixar o governo, Lula transformou-se em um doutor. Diversas universidades amigas deram a ele o título de Doutor Honoris Causa – e ele acreditou. Conforme as informações confidenciais que tenho (quem dá mais?), o MEC teria se baseado no camonesco falar do doutor Lula, agora aperfeiçoado para o dilmês dílmico para lançar a língua do “nóis temo i nóis tamo” como inculta, mas bela.

     Língua que está sendo aperfeiçoada gradualmente pela futura doutora Dilma. Sempre que ela fala todos pedem intérpretes e, às vezes, os jornalistas a interpretam mal. Assim, quando ela supostamente disse que deixaria a faxina ética em segundo plano, penso que queria dizer que estava deixando a faxina e a ética em segundo plano. Ficaria mais adequado não só ao discurso dilmês como à realidade brasileira.

     No mesmo dia, ela disse que o Brasil não é igual à Roma antiga – o que, convenhamos, significa um grande avanço nos seus conhecimentos. Tenho certeza que ela fez essa declaração visando aprofundar a cultura dos seus votantes, pois muitos deles, talvez a maioria, acreditam que o Brasil é a Roma antiga. Ou qualquer outro país, menos o Brasil. De preferência os Estados Unidos. Mas Roma antiga também serve. Para extirpar esse erro - principalmente da mente dos trabalhadores do MEC – a trabalhadora Dilma disse que não, que o Brasil não é igual à Roma antiga.

     Não sei se ela afirmou isso para rejubilar-se, porque aqui não temos leões que comem cristãos em arenas, mas apenas arenas de futebol, sem nenhum leão dentro e as feras que restam no Brasil, como onças, por exemplo, estão sendo devidamente exterminadas por projetos contra a natureza, como Belo Monte, ou se ela afirmou que o Brasil não é igual à Roma antiga com um certo ar de nostalgia. Nunca se sabe exatamente o que Dilma fala, quando fala.

     Mas o fato é que ela disse que chega de faxina. Que não gosta nem da palavra faxina. Que a única faxina que fará será a faxina contra a miséria. Mas isso já está acontecendo, embora talvez ela não perceba. Não faltam polícias especializadas para matar suspeitos de miséria e pobreza, no Brasil inteiro. E Exército, Marinha e Aeronáutica estão atuando fortemente nos morros cariocas para extirpar a miséria, com seus tanques e metralhadoras, antes da Copa do Mundo. E também são mortos os trabalhadores sem terra e os que protestam contra o latifúndio, contra o desmatamento desenfreado e acelerado do Brasil de Dilma, que pensa que isso é progresso.

     Mas ela não quer mais faxina. Não só disse que faxina ética – ou faxina e ética – ficam para segundo plano no seu governo, como quer e está acabando com a miséria, ou a escondendo embaixo do tapete ou nas valas comuns. Não só afirmou – ou deu a entender - tudo isso como reconheceu que o Brasil não é a Roma antiga – para suspiros profundos de alguns e alegria de outros.

     E disse que não quer mais demitir ninguém, por mais que os jornalistas bradem e mostrem os antros de corrupção no Executivo, também conhecidos como ministérios. Demitir nem pensar! Principalmente se for de algum partido aliado ou aliadíssimo, como o PMDB. Já imaginaram se continua a demitir todos os corruptos do seu governo?

     Duas coisas aconteceriam. Primeiro, o povo brasileiro teria a certeza de que o governo Lula foi extremamente corrupto; governo que incluía Dilma, com dilmês e tudo. Porque Dilma apenas confirmou as equipes dos ministérios que eram do Lula. Segundo, Dilma seria a última a sair e teria a grande responsabilidade de apagar a luz.

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