Pois o Pedro Simon, a Ana Amélia Lemos (que se diz independente), o Cristovam Buarque e outros senadores que fazem plantão permanente no Senado resolveram fazer um movimento que apelidaram de movimento de apoio à presidente Dilma no combate à corrupção. Dito movimento, que se move através de elogiosos discursos, baseia-se no fato de que a Dilma – segundo os citados senadores - está combatendo a corrupção no seu próprio governo. É risível, se não fosse dramático.
O que a Dilma tem feito é o mesmo que o Lula fez, quando foram descobertos os esquemas de corrupção nos seus ministérios e no Congresso: demitir ministros e assessores.
Nada mais que isso. Mas os senhores senadores afirmam que ela é um exemplo de perfeição, imune a qualquer desonestidade. Que desonestos são os outros. De Dom João VI a Lula. E que Lula teria namorado com a corrupção para o bem do Brasil e dos brasileiros, visto o bolsa-família e outras bolsas que elegeram Dilma.
Cabe lembrar – porque a nossa memória de brasileiros diminui um pouco sempre que assistimos a uma partida de futebol ou quando chega a hora da novela, que Deus nos guarde! – que Dilma e Lula pertencem ao mesmo time. Tanto é assim, que Lula escolheu Dilma como sua sucessora, a qual, antes de ser candidata, era a ministra da Casa Civil, que é aquele ministério que organiza o “dando que se recebe”.
Até aquele momento, Dilma era tão perfeita ou tão imperfeita quanto o seu chefe, o Lula. Mas, depois de eleita, e quando se sucederam as denúncias de corrupção no seu governo – denúncias que vieram da imprensa ainda não comprada e não devido à famosa faxina que esconde muita sujeira embaixo do tapete, como diz a jornalista Elaine Tavares, na matéria “A LIMPEZA DE DILMA E O QUE SE ESCONDE DEBAIXO DO TAPETE”, também publicada no jornal virtual Diógenes (http://www.diogenes.jex.com.br/) –, depois das denúncias, Dilma foi obrigada a demitir os denunciados, mas apenas isso. Igualzinho ao Lula.
E os senadores citados, através dos seus nobres discursos, querem inverter a situação – porque além de futebol e novela, o que mais temos no Brasil é demagogia. Querem dar a entender que é Dilma, a Todo-Poderosa, que está de vassoura na mão, limpando os ministérios que ela própria formou, as pessoas que ela própria convocou para auxiliá-la em sua gloriosa gestão.
Ou vocês acham que ela demitiria o Palocci, que foi o seu chefe de campanha, não fossem as denúncias da imprensa? Demitiria o ministro dos Transportes ou o pessoal do Dnit, não fossem as denúncias em jornais e revistas? Nem a demissão de Jobim foi por vontade própria, apesar do risco de ser golpeada no dia seguinte pelas forças que estão sendo armadas desde o governo Lula para o caso do governo ter algum “teor ideológico”.
A faxina que ela está fazendo é uma forçada obrigação para que ela não seja demitida do seu cargo pelo grito dos que não agüentam mais tanta corrupção. Ou ela não conhecia o caráter das pessoas que convidou para seus ministérios? Será que todos foram nomeados pelo Lula?
E esses senadores, que nada fazem a não ser falar e receber seus vultosos salários ao fim de cada mês querem dar a entender que não, que ela está “faxinando” o seu governo por vontade própria e que a apoiarão sempre, desde que continue assim, mas...
Mas, no instante em que a diminuta oposição propõe uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a corrupção no governo, os mesmos ilibados senhores senadores gritam, desesperados, dos seus tronos, dizendo que isso não! Que deixem a Dilma trabalhar misteriosamente, porque ao povo não pode ser dado conhecer e saber o que realmente acontece em Brasília.
Mas, no instante em que a diminuta oposição propõe uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a corrupção no governo, os mesmos ilibados senhores senadores gritam, desesperados, dos seus tronos, dizendo que isso não! Que deixem a Dilma trabalhar misteriosamente, porque ao povo não pode ser dado conhecer e saber o que realmente acontece em Brasília.
E ficam ainda mais excitados e nervosos quando a Polícia Federal, que apenas cumpre honestamente o seu papel, prende, com o apoio da Lei, os criminosos do Executivo. Ou, pelo menos, alguns deles. Dizem que assim não pode ser, que a Polícia Federal deve ser mais branda, que os juízes não devem emitir ordens de prisão contra aqueles que foram contratados pela Dilma, que investiguem, mas não prendam e que, de preferência, sequer investiguem. Crime é para favelado e não para quem usa paletó.
E nisso se resume o movimento pró-Dilma de Simon, Cristovam & Cia.
Tentam inverter a situação, colocar a culpa nos jornais e revistas que denunciam e demonizar a Polícia Federal que prende, ao mesmo tempo em que elevam Dilma ao altar da pureza e, subliminarmente a candidatam a um segundo mandato desde agora.
A Polícia Federal, que tem sido obstada de todas as maneiras em seu trabalho, não só pelos demagógicos deputados e senadores como, também, por juízes amigos do poder, lançou um manifesto. Chama-se “Manifesto da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal” e pode ser encontrado em vários sites e blogs, assim como o “Movimento Ordem e Vigília” (http://movimentoordemvigilia.blogspot.com/2011/08/nota-de-esclarecimento-atuacao-da.html), mas segue abaixo.
Nota de Esclarecimento: atuação da Polícia Federal no Brasil.
12/08/2011
“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal vem a público esclarecer que, após ser preso, qualquer criminoso tem como primeira providência tentar desqualificar o trabalho policial. Quando ele não pode fazê-lo pessoalmente, seus amigos ou padrinhos assumem a tarefa em seu lugar.
“A entidade lamenta que no Brasil, a corrupção tenha atingido níveis inimagináveis; altos executivos do governo, quando não são presos por ordem judicial, são demitidos por envolvimento em falcatruas.
“Milhões de reais – dinheiro pertencente ao povo- são desviados diariamente por aproveitadores travestidos de autoridades. E quando esses indivíduos são presos, por ordem judicial, os padrinhos vêm a publico e se dizem “ estarrecidos com a violência da operação da Polícia Federal”. Isto é apenas o início de uma estratégia usada por essas pessoas com o objetivo de desqualificar a correta atuação da polícia. Quando se prende um político ou alguém por ele protegido, é como mexer num vespeiro.
“A providência logo adotada visa desviar o foco das investigações e investir contra o trabalho policial. Em tempos recentes, esse método deu tão certo que todo um trabalho investigatório foi anulado. Agora, a tática volta ao cenário.
“Há de chegar o dia em que a história será contada em seus precisos tempos.
“De repente, o uso de algemas em criminosos passa a ser um delito muito maior que o desvio de milhões de reais dos cofres públicos.
“A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal colocará todo o seu empenho para esclarecer o povo brasileiro o que realmente se pretende com tais acusações ao trabalho policial e o que está por trás de toda essa tentativa de desqualificação da atuação da Polícia Federal.
“A decisão sobre se um preso deve ser conduzido algemado ou não é tomada pelo policial que o prende e não por quem desfruta do conforto e das mordomias dos gabinetes climatizados de Brasília.
“É uma pena que aqueles que se dizem “estarrecidos” com a “violência pelo uso de algemas” não tenham o mesmo sentimento diante dos escândalos que acontecem diariamente no país, que fazem evaporar bilhões de reais dos cofres da nação, deixando milhares de pessoas na miséria, inclusive condenando-as a morte.
“No Ministério dos Transportes, toda a cúpula foi afastada. Logo em seguida, estourou o escândalo na Conab e no próprio Ministério da Agricultura. Em decorrência das investigações no Ministério do Turismo, a Justiça Federal determinou a prisão de 38 pessoas de uma só tacada.
“Mas a preocupação oficial é com o uso de algemas. Em todos os países do mundo, a doutrina policial ensina que todo preso deve ser conduzido algemado, porque a algema é um instrumento de proteção ao preso e ao policial que o prende.
“Quanto às provas da culpabilidade dos envolvidos, cabe esclarecer que serão apresentadas no momento oportuno ao Juiz encarregado do feito, e somente a ele e a mais ninguém. Não cabe à Polícia exibir provas pela imprensa.
“A ADPF aproveita para reproduzir o que disse o ex-ministro Márcio Thomaz Bastos: “a Polícia Federal é republicana e não pertence ao governo nem a partidos políticos”.
“Brasília, 12 de agosto de 2011.”
Bolivar Steinmetz
Vice-presidente, no exercício da presidência.
Vice-presidente, no exercício da presidência.
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