domingo, 18 de dezembro de 2011

CIRANDA, CIRANDINHA...


A desculpa do Santos para a goleada de quatro a zero contra o Barcelona é que "o time de Messi é imbatível". Mas esse time imbatível foi batido pelo Real Madrid no meio do ano. Betis e Real Sociedad também derrotaram o Barcelona este ano, além de um time chamado Hércules e do Espanhol.

     O Barcelona não é um time de outro mundo. Sem dúvida que é um ótimo time: o estilo de jogo é o da seleção da Espanha, mais Messi. Mas é ridículo querer minimizar uma derrota aplastante através de afirmações levianas como a do que o time do Barcelona é invencível, em um jogo em que o decantado Santos do mais decantado e marketizado Neymar foi massacrado e quase não tocou na bola.

     O mesmo Barcelona venceu o Estudiantes de La Plata na final do mundial Interclubes de 2009 por dois a um. Um placar normal. Mas ser derrotado por quatro a zero, como aconteceu com o Santos, sem conseguir tocar na bola e com o seu maior astro apenas coçando os cabelos fulvos é digno de time de várzea.

     Ocorre que o futebol brasileiro está em franca decadência e o Santos é um reflexo disso. Recentemente tivemos um Campeonato Brasileiro que a mídia especializada em futebol chamou de “emocionante” e que revelou como campeão o time que mais soube se defender. Foi divertido, mas medíocre.

     Dilma Roussef, presidente oficial do Brasil, fez do seu o governo do futebol e para o futebol, a ponto de autorizar imensos gastos para a Copa do Mundo de 2014, com a esperança de que todo esse dinheiro, que poderia ser bem melhor empregado, traga a vitória para a seleção brasileira, porque de outra maneira é quase impossível. E a outra maneira seria jogando futebol, mas o nosso futebol – entregue a empresários – ficou no passado glorioso.

     Isso é bom para que outros esportes sejam mais lembrados, ou continuaremos sempre raciocinando através das chuteiras dos fabricados “craques” da imprensa amestrada.

     O time do Santos entrou na roda e cantou “ciranda, cirandinha” por incapacidade própria e não por excessivos méritos do adversário. A acreditar-se o que dizem os donos dos noticiários futebolísticos, o Santos venceria qualquer outro time – menos o Barcelona, que é “invencível” -, o que é uma falácia. Dificilmente o Santos, ou qualquer outro dos denominados ‘grandes clubes brasileiros’, teria condições de vencer os melhores times da Europa – não porque são da Europa, mas porque conhecem bem mais de futebol do que a mediocridade que estamos acostumados a assistir nos gramados brasileiros.

     Venceremos a Copa do Mundo de 2014 muito provavelmente por razões outras que não as futebolísticas, porque o povo precisa acreditar que o seu circo nunca pegará fogo. E os políticos necessitam dos votos dos fanáticos famintos por ilusões.

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