segunda-feira, 22 de outubro de 2012

STF RESGATA NOSSA DIGNIDADE





“Quando é que a pessoa começa a ficar ditador? É quando a pessoa se sente superior aos demais…sabe, quando a pessoa se sente superior às instituições, às organizações da sociedade civil, quando a pessoa começa a entender que não precisa ouvir mais ninguém, quando a pessoa só tem boca, não tem ouvido, a pessoa começa a ficar com atitude de ditador”.

“Eu acho que o parlamento brasileiro funciona como uma espécie de bolsa de valores. A verdade é que as pessoas de boa índole, as pessoas sérias, as pessoas comprometida com as suas concepções ideológica são minoritárias no Congresso. Aquilo é um balcão de negócio”.

(Trechos de entrevista de Lula a Augusto Nunes, em 1987).


     Um sufoco! A última chance de acreditarmos no Estado. Perguntava-se: qual será o tamanho da pizza? Já se sabia que, dos dez ministros, dois eram petistas, ou quase isso. Lewandowski e Dias Tóffoli. O primeiro, por uma questão de simpatia às teses da defesa. Tóffoli, este sim declarado petista que não honrou o cargo de ministro do Supremo quando decidiu não pedir a própria suspeição. Foi advogado do Lula e nomeado para a Advocacia-Geral da União pelo ex-presidente. Seria leal aos companheiros. Sobravam oito ministros isentos. Supostamente.

     No entanto, a irrefutável verdade dos autos, a irretocável peça acusatória de Roberto Gurgel, Procurador Geral da República, e a clareza com que Joaqquim Barbosa, relator, encaminhou o processo não permitiu dúvidas quanto à culpabilidade da maioria dos acusados. Houve momentos em que até Dias Tóffoli e Lewandowski concordaram em condenar algum peixe miúdo.

     Os brasileiros ansiosos por justiça ao menos uma vez respiravam, enquanto as empedernidas hostes petistas bufavam, xingavam, ameaçavam. Lula dizia que era tudo uma farsa. Quando foi acusado por Marcos Valério, calou-se. Em entrevista à revista Veja, Valério disse que Lula foi o verdadeiro comandante do mensalão. Afirmou: “Não podem condenar apenas os mequetrefes. Só não sobrou para o Lula porque eu, o Delúbio e o Zé não falamos”.

     O que poderia salvar Lula de uma investigação e provável acusação da Procuradoria Geral da União seria a sua incapacidade cognitiva; impossibilidade de compreensão dos fatos. Não devido somente à baixa escolaridade, mas pela pouca inteligência. No entanto, dizem que Lula é muito inteligente. Outros vão além – dizem que Lula é Deus.

     Quando Marta Suplicy ganhou de presente o Ministério da Cultura, não conteve e exclamou: "Lula é deus, eu sou a pessoa que faz e Dilma é bem avaliada". Deus. Nem Moisés pode ver a face de Deus; Marta Suplicy, talvez por ser do PT o reconheceu em Lula. Agora sabemos: Lula é Deus. Sendo assim, Lula deveria saber, porque Deus é Onisciente.

     Recentemente, Lula declarou que não está ligando para o julgamento do mensalão, que é uma trama das elites, segundo ele. Prefere futebol. Onde estará o templo do deus Lula? No estádio Itaquerão, doado ao time do (ex?) presidente?

     Pobre e desacreditado Lula, que elegerá Hadad prefeito de São Paulo com o apoio de Paulo Maluf e da torcida do Corinthians... Agora o PT é malufista. Será Paulo Maluf uma espécie de arcanjo do deus Lula? A aliança de Lula com Maluf é um lulufismo? Quando houve a histórica aliança, Mafuf disse que “o malufismo é um estado de espírito”. Será que ele não quis dizer “um Estado do Espírito”, referindo-se a Lula? Não é improvável. Até Marilena Chauí, a filósofa do petismo, disse que Maluf é um grande administrador que sempre se apresentou como um engenheiro.

     Não me perguntem o que é filosofia petista. Eu não saberia responder. Perguntem à Marilena. Talvez se relacione com engenharia. O mensalão foi uma corrupta engenharia política. Pega-se o dinheiro de um banco, de lá para outro banco, lava-se o dinheiro, vai para fora do país, volta limpinho, compra-se parlamentares de outros partidos. Tudo engenhosamente organizado.

     “Eu uso o Poder”, disse, certa vez, Roberto Marinho. O PT xingou, mas anotou a frase e deu a ela um sentido pecuniário. Poderoso chefão e companhia acreditaram que usar é o mesmo que comprar pessoas com o dinheiro público. Acreditaram que o dinheiro público era delegado a eles através dos votos; continuam acreditando.

     Restou aos brasileiros o Supremo Tribunal Federal, última instância de apelação. Poucos acreditavam, eu inclusive. Tem sido tantas as decepções... Funcionou até agora e respiramos. Entretanto, muitos perguntam se os condenados serão presos. Serão presos, senhores ministros do STF? Desejamos continuar acreditando.

Um comentário:

  1. Resgatou mesmo. Não acreditava na condenação dos mensaleiros, e também me pergunto se a decisão do STF resultará em consequente prisão. Vamos aguardar. Ótima postagem!

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