Risível a observação
dos advogados do Senado ao divulgarem um texto que ataca o Judiciário. Entre
outras coisas, afirmam que a determinação do ministro Luiz Fux de autorizar a
votação do veto dos royalties apenas
após a deliberação dos mais de três mil vetos pendentes de votação "usurpa
prerrogativa do Poder Legislativo e o deixa de joelhos frente a outro poder”.
Observem que a causa
é justa. Vetar os vetos de Dilma que dá todos o poder monetário ao Rio de
Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, porque em “suas” águas é extraído petróleo
por empresas multinacionais que pagam royalties pela exploração é continuar com
a mesma política colonialista de muito antes da Primeira República.
Então, se o
Congresso ainda tem algum poder deve vetar os vetos da Presidente. Derrubar os
vetos do Executivo sobre a Lei dos Royalties é uma questão de honra, ou a
ditadura de Rio, São Paulo & Amigos continuará indefinidamente.
Uma ditadura que tem
como base a força do dinheiro e que exporta para os demais estados desta
combalida Federação uma cultura que só tem raízes naqueles lugares e que passa
por “cultura brasileira”. Cultura para estadunidense ver.
Derrubar os vetos da
Dilma – carioca de coração – poderá ser o primeiro passo para que o Brasil, um
dia, venha a ser dos brasileiros, e não dos paulistas e cariocas.
A outra razão do
ajoelhado Congresso reagir com, como direi... alguma hombridade? é a tentativa
de afrontar o Judiciário. Os nossos “representantes” federais ficaram possessos
porque os ministros do STF votaram por apertados cinco a quatro pela cassação
do mandato dos deputados condenados no Mensalão. Cinco a quatro. Os tediosos
Lewandovski e Tóffoli foram apoiados em seus votos pelas ministras eleitas por
Lula e Dilma – as mesmas que ficaram com pena do José Dirceu e votaram pela sua
absolvição.
O Congresso
indignou-se. Mas como?! Cassaram os nossos companheiros tão companheiros! Cabia
a nós votar pela absolvição desses amigos do peito. Como ousaram?...
O ministro Celso de
Mello deu a resposta, durante o seu voto:
“A
perda do mandato parlamentar resultará da suspensão dos direitos políticos,
causada diretamente pela condenação criminal do congressista transitada em
julgado, cabendo à Casa legislativa a qual pertence o condenado meramente declarar
esse fato extintivo do mandato legislativo”.
E
ainda:
“Não
teria sentido que alguém privado da cidadania pudesse exercer mandato
parlamentar.”
Foi
Celso de Mello, em um de seus votos anteriores, quem resumiu mais claramente o
Mensalão:
“Este processo criminal revela a face sombria
daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da
transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das
instituições da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação
instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais. Esse quadro
de anomalia revela as gravíssimas consequências que derivam dessa aliança
profana, desse gesto infiel e indigno de agentes corruptores, públicos e
privados, e de parlamentares corruptos, em comportamentos criminosos,
devidamente comprovados, que só fazem desqualificar e desautorizar, perante as
leis criminais do País, a atuação desses marginais do poder”.
E
o Congresso também está furioso porque o ministro Luiz Fux mandou os
parlamentares trabalharem. Somente poderiam votar os vetos da Dilma que
favorecem Rio de Janeiro e amigos consorciados depois que votassem mais de três
mil vetos que estão parados, empilhados desde a nefasta época do Lula, alguns
com mais de dez anos de espera.
Ora,
todos sabem que trabalhar não faz parte da agenda dos nossos deputados e
senadores. Preferem ganhar conversando e tentando discursos estéreis.
Sempre
de joelhos.
Os
advogados do Senado escreveram que votar os três mil vetos pendentes antes dos
vetos da Dlma sobre os royalties "usurpa
prerrogativa do Poder Legislativo e o deixa de joelhos frente a outro poder”.
Risível, não é?
Logo o Legislativo
que passa o tempo todo de joelhos frente a outro Poder: o Executivo. Vendem-se
facilmente em troca de ministérios, secretarias, cargos de confiança e o que
mais surgir, a tal ponto que já devemos ter mais de trinta dílmicos
ministérios. Para premiar os amigos do Legislativo.
Chamam a isto de
“base aliada”. Partidos que se vendem em troca de cargos para que o Executivo
faça o que bem entender.
O Legislativo está
de joelhos há muito tempo.
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