quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A ESTOLA E O AVENTAL (4) – OS ATAQUES À IGREJA



“O Código Da Vinci”, de Dan Brown, foi o grande sucesso literário do início do século XXI. Lançado em 2003, trata-se de um thriller ficcional ou romance policial que se tornou best-seller, com milhões de cópias vendidas. Até aqui tudo normal. É próprio dos escritores norte-americanos escreverem romances policiais. O que se tornou estranho é que o autor não só escreveu um livro de acordo com todos os ingredientes que prevêem as escolas de romances (correrias, assassinatos e um final feliz) como também faz duas afirmações, que diz serem verídicas, na página inicial:

    “FATO:
“O Priorado de Sião.
“Sociedade secreta europeia fundada em 1099, é uma organização real. Em 1975, a Bibliothèque Nationale de Paris descobriu um conjunto de pergaminhos, conhecidos como Les Dossiers Secrets, que identificam numerosos membros do Priorado de Sião, incluindo Sir Isaac Newton, Botticelli, Victor Hugo e Leonardo da Vinci. (…)
“Todas as descrições de obras de arte, edifícios, documentos e rituais secretos que aparecem neste romance são exatas.”

 Os leitores adoraram. Surgiam “revelações” fabulosas. Jesus não seria Filho de Deus. Morreu na cruz sem ressuscitar, ou sobreviveu. Ele era um essênio, sacerdote egípcio ou maçom. Teria casado com Madalena e gerado filhos que se tornaram os primeiros reis de França (a dinastia Merovíngia). Esse segredo esteve protegido durante quase mil anos por uma sociedade secreta chamada Priorado de Sião. De quebra, no romance os restantes membros do Priorado de Sião são assassinados e combatidos por uma “maléfica” prelazia católica, a Opus Dei. Leonardo da Vinci teria sido um dos grãos-mestres do Priorado de Sião e deixou na Santa Ceia a revelação em código: o apóstolo João foi substituído por Madalena. Restava saber onde estava João, mas...

 A maioria dos leitores não só adorou a estória como, também, acreditou na sua veracidade. Grandes segredos do passado estavam sendo desvelados. Como consequência, não havendo divindade em Jesus, a Igreja Católica é uma falsidade. Sendo falsa, não se sustenta como autoridade de uma falsa fé e desmorona. Esta a ideia contida subliminarmente no livro.

 Em 2003, ano do lançamento do romance, os Estados Unidos e aliados atacavam e invadiam o Afeganistão e o Iraque. Iniciava-se a guerra não contra a Al-Qaeda, que sempre foi uma relutante aliada, mas contra os países islâmicos, contra o próprio Islamismo enquanto religião. O império não poderá impor a sua própria religião, baseada em um falso ecumenismo, enquanto não destruir as duas maiores religiões do mundo: o Cristianismo e o Islamismo. Dentro do Oriente Médio, onde se concentra a maioria dos países muçulmanos, tem um grande aliado armado com ogivas nucleares: Israel.

 Todas as armas são válidas para este ataque final contra as grandes religiões – desde armas atômicas até a extrema falsidade. Não tem sido caluniado diariamente Maomé, o profeta de Alá? Faltava descristianizar o Cristianismo, e Dan Brown tomou a si esse trabalho. Ou foi contratado para isso. O que não vem ao caso. O fato é que as “verdades” contidas no livro são falsidades.

 O Priorado de Sião não foi criado em 1099, mas é obra do mitômano francês Pierre Plantard, que mais tarde, passou a assinar o seu nome como Pierre Plantard de Saint-Clair. Desejava ser rei da França e criou a sociedade do Priorado de Sião em 1956. Em 1967, ele depositou, na Biblioteca Nacional, o que apelidou de “Dossiês Secretos” – uma coletânea em papel e não em pergaminho. A lista dos grãos-mestres do Priorado foi depositada em 1967, na Biblioteca Nacional de Paris, e não em 1975. Com esses fatos tornados falsos, inclusive a editora Mondadori, que traduziu para o italiano O Código Da Vinci, recusou-se a inserir esta página a partir da segunda edição do livro.

 A falsificação começa com a pesquisa que Dan Brown disse ter feito. Não houve. De acordo com Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, a falsa teoria do Sangreal ou sangue real é copiada do livro que o trio escreveu em 1982: "O Sangue de Cristo e o Santo Graal", e, por esta razão, estão processando Dan Brown.

 O trio de escritores ingleses fez escola e a suposta ‘dinastia’ de Jesus e Madalena assume diversos nomes: “Sang Real” (Lincoln e co-autores), “Fraternidade de Troyes” (Dafoe), “Rex Deus” (Simmans e co-autores), “Fraternidade da Serpente” (Wood) ou “Ordem de Baphomet” (Terhart), e ainda outros, segundo as inclinações e ao gosto dos autores que as propõem.

 Dan Brown teria copiado principalmente o trio inglês, baseado também na pantomima pseudo-histórica de Pierre Plantard, que, por sua vez, apoiou-se nos escritos de Gérard de Sède – escritor que seria o responsável pela lista de grãos-mestres do Priorado de Sião. De acordo com o escritor português Motta “(...) a obra do trio Lincoln, Baigent e Leigh deve ser lida como uma obra de esoterismo popular e de história fantástica, que procurou aproveitar, fora de França (onde o embuste do Priorado fora descoberto no final dos anos setenta e início dos anos oitenta), a riqueza e a complexidade do material compilado pelo Priorado de Sião. Dois dos autores, Michael Baigent e Richard Leigh, fazem parte de organizações maçónicas anglo-saxónicas, e têm, por isso, uma especial apetência por todo este material que, relembramos, teve a sua origem numa vingança da Franco-Maçonaria contra os católicos que estiveram envolvidos em ataques anti-maçónicos, como foi caso paradigmático o da farsa perpetrada por Léo Taxil.”

 Para quem desejar maiores informações sobre o livro de Dan Brown, remeto a http://bmotta.planetaclix.pt/livro.htm - “Do Enigma de Rennes-le-Château ao Priorado de Sião – História de Um Mito Moderno”. Para complementar, poderá buscar maiores informações em http://asmaioresmentirasdahumanidade.blogspot.com.br/2013/01/mentira-n-521-priorado-de-siao.html onde o vídeo “Da Vinci Decodificado”, matéria do Discovery Channel, não deixa dúvidas quanto à falsidade do Priorado de Sião e das supostas “verdades” que “O Código Da Vinci” propõe ao leitor. Outra página da internet que desmistifica o livro é http://www.ultimasmisericordias.com.br/Pagina/3443/O-CODIGO-DA-VINCI-Sua-desmistificacao-Ler-ou-nao-ler-o-livro-ver-ou-nao-ver-o-filme

 Ao leitor consciente, que gosta de pesquisar e tem amor à verdade. No entanto, aqueles leitores de fim de semana, que leram e se encantaram com o livro de Dan Brown jamais aceitarão perder a ilusão. Convêm lembrar que vivemos em um mundo de ilusionismos midiáticos em que a maior interessada em que continue assim é a massa iludida. Qual seria o razão do livro, senão escrever para essa imensa maioria que jamais se dará ao trabalho de pesquisar ou verificar minimamente a veracidade das suas informações? Sabendo o autor que poderia (e já o foi) ser desmentido facilmente, o importante era atingir a grande massa de leitores que não critica, não discute e vive de superficialidades. Isso já seria o suficiente e teria atingido o seu objetivo. Ou um dos objetivos. São eles: 1) Dessacralizar Jesus Cristo, forjando uma imagem de mero mortal; 2) Atacar diretamente a Igreja Católica através de uma das suas Prelazias, a Opus Dei,  que é satanizada por Dan Brown.

 Outro livro de Dan Brown que virou filme é “Anjos e Demônios”, onde o autor ataca a Igreja Católica de todas as maneiras, provocando, em muitos momentos, o efeito contrário ao que desejava, mas deixando no pensamento dos mais crédulos a possibilidade da Igreja ser a grande inimiga do progresso e da humanidade.

 Dan Brown está sendo usado pelos maçons-Illuminati ou é um maçom-Illuminatti que se finge de indignado, sendo patrocinado pelo império para tentar minar a Igreja Católica nas suas bases morais e dogmáticas?

 É óbvio que a Igreja tornou-se um alvo dos que a querem destruir para impor a sua nova ordem mundial para um mundo formado por multidões de robotizados.

 O homossexualismo sempre existiu não só dentro da Igreja como em todas as instituições e atualmente é defendido como uma escolha pessoal que não deve ser contestada. No entanto, a palavra foi transformada em pedofilia quando se trata da Igreja, e muitos tem sido os casos de padres pedófilos nela encontrados, a ponto de a mídia sair a cata de suspeitos e candidatos a pedófilos e expor os seus casos detalhadamente – desde que Bento XVI assumiu o pontificado.

 Para a Igreja isso foi ótimo. Pode, finalmente e com o apoio da mídia interessada, saber quem é quem e limitar as ações ou excluir os culpados de sodomia dos seus quadros. Mas não é esta a intenção da mídia submissa. As ordens que recebe é para mostrar a Igreja como um antro de homossexuais e devassos para que os padres católicos percam toda a sua credibilidade.

 Em 2012, Bento XVI afirmou que a Igreja é contra o casamento de homossexuais. Todos aqueles que caçavam pedófilos na Igreja passaram a atacar a Igreja que não admitia homossexuais casados. Ultimamente, quando do anúncio da renúncia do Papa, a mídia catequizada levantou a hipótese de que o Papa estaria renunciando devido a um poderoso lobby gay. O que é, no mínimo, risível, mas todas as teorias são aceitas pela massa neste instante de passividade pública.

 Atacaram Bento XVI por todos os lados. Descobriram que ele tinha servido no exército alemão durante a II Guerra Mundial e passaram a chamá-lo de nazista, esquecendo-se de que, naquela ocasião, ele estava cumprindo a sua obrigação como soldado da sua pátria. E um soldado não deve discutir ordens ou interferir na ideologia do Estado.

 Mas não foram esses ataques que resolveram o Papa a renunciar. Dentro do Vaticano, poderosas forças se uniram para forçá-lo a isso. Bento XVI descobrira que o Banco do Vaticano continuava sendo manipulado por maçons, ameaçando toda a estrutura da Igreja. Revoltou-se contra o que chamou de “capitalismo desumano”. Já era tarde, porém,  e ele tinha duas alternativas: ser morto, como João Paulo I ou optar pela saída estratégica: renunciar.


(Continua). 

Um comentário:

  1. Mais informações e análises sobre Bento XVI. O por que da renúncia passo a passo. A desmitificação da mídia oficial. Excelente!

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