sábado, 23 de agosto de 2014

NUNCA SERÁ ESQUECIDO




Chamaram-no de “fascista” porque propunha um governo nacionalista voltado para a defesa do povo. “Fascista” também seria Perón, na Argentina, a quem o povo adorava. Tentaram, de todas as maneiras, desconstruir a sua imagem, porque desejavam, como ainda hoje, um Brasil manipulado pelas multinacionais – e ele era contra a entrega do país para o estrangeiro. Era atacado por uma esquerda capenga e sem base doutrinária – porque ele fazia as reformas que aquela esquerda pregava. A direita rançosa o agredia, porque ele tinha acabado com a maioria dos seus privilégios, fizera o povo acordar e lutar pelos seus direitos. 

   Criou as leis trabalhistas e toda a estrutura jurídica e social que hoje conhecemos e desejava um Brasil de verdade, formado por pessoas conscientes e criativas, e não um parque de diversões para ianques ou o circo da falsa democracia que hoje conhecemos, tornando os cidadãos palhaços manipulados por corruptos. 

   Era sério, e ficaria pasmo com o governo de um Fernando Henrique entreguista, que chegou a repudiar os seus próprios livros para ser eleito Presidente. Tinha larga visão, e ficaria apavorado com o populista governo Lula, Presidente que gostava de servir como garoto de recados dos Estados Unidos e traiu as suas próprias promessas. Amava o Brasil, e seria o primeiro a se revoltar contra o governo Dilma que defende o neoliberalismo que provoca a dependência econômica, é aliado do latifúndio devastador e desumano e das grandes empresas que destroem a Amazônia. 

   Fez uma revolução para transformar o Brasil, mas teve que se apoiar em militares que depois se revelaram traidores e o depuseram em 1945, ao voltarem de uma guerra que não era nossa, mas que serviu para deixá-los deslumbrados com o capitalismo norte-americano que passava a dominar metade do mundo. Na ocasião, ele afirmou que o Brasil somente iria para a guerra na Europa se a cobra fumasse. Os golpistas que queriam o Brasil para os Estados Unidos e que mais tarde, em 1964, repetiram o golpe com mais furor e covardia, usaram no uniforme uma cobra fumando. 

   Só então ele aprendeu que uma revolução não deve ser feita por elites e “doada” para o povo, mas pelo próprio povo organizado em defesa própria. Quando voltou ao governo, em 1950, sufragado por esmagadora maioria, apoiou-se nos partidos políticos que havia criado, principalmente no PTB que, na época, era um partido verdadeiramente trabalhista, e não oportunista, como hoje. 

   Não adiantou. A defesa das nossas riquezas, com a criação da Petrobrás e da Eletrobrás, e a lei que limitava a remessa de lucros para o estrangeiro, provocaram a revolta das oligarquias que o odiavam e dos cartéis que desejavam repartir o país entre si – como hoje fazem. Desde Washington, foi orquestrada uma nefanda campanha de difamação que culminou no seu suicídio na madrugada de 24 de agosto de 1954. 

   Naquela noite, os políticos que o cercavam e bajulavam, se revelaram – assim como os militares – falsos. E o povo estava desarmado contra a cobra que fumava cada vez mais. Só lhe restou uma saída. O seu nome era Getúlio Vargas e nunca será esquecido.

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