quinta-feira, 7 de maio de 2015

O DIA “V” DA RÚSSIA


Bandeira soviética sendo colocada no alto do Reichstag


A República Popular de Donetsk e a República Popular de Luhansk retomam forças para a continuação da guerra separatista contra a Ucrânia fascista. O armistício acordado em Minsk está sendo violado diariamente pelas tropas ucranianas, agora reforçadas por armas e soldados dos Estados Unidos. Além disso, há claros indícios de que Estados Unidos, seus vassalos europeus e suas colônias localizadas no Pacífico, apelidadas de Japão e Coréia do Sul, tentarão de tudo para frustrar a Parada da Vitória a ser realizada em Moscou, no dia 9 de maio, em celebração aos 70 anos da vitória soviética sobre o regime nazista. Há 70 anos, em 2 de maio de 1945, as tropas da 1ª Frente Bielorussa, comandadas pelo general Georgy Zhukov, com a assistência da 1ª Frente Ucraniana, comandada pelo general Ivan Konev, após derrotarem totalmente as tropas alemãs, tomaram a cidade de Berlim. No teto do Reichstag (parlamento alemão) foi erguida a bandeira da União Soviética.

   A guerra da União Soviética contra o Eixo (aliança entre Alemanha, Itália e Japão) iniciou-se antes da invasão da Polônia pela Alemanha, antes do início oficial da Segunda Guerra Mundial, quando a União Soviética derrotou forças japonesas na Mongólia, em uma gigantesca batalha de tanques que durou quase quatro meses. Isso impediu que o Japão atacasse a União Soviética em 1941 e preferisse a guerra contra os Estados Unidos, na previsão de que aquele país apoiaria os aliados contra Alemanha e Itália. Devido à derrota japonesa em Khalkin Gol, na Mongólia, Hitler fez um acordo de não-agressão com a União Soviética – o acordo Molotov-Ribbentrop -, calculando que, primeiro, deveria dominar a Europa, para então voltar-se contra a União Soviética, como, de fato, aconteceu.

   Em 1941, após expulsar o exército inglês da França, a Alemanha rompia o acordo e invadia a União Soviética, mas já não podia contar com os aliados japoneses, que, além de estarem envolvidos em uma guerra contra a China, por eles ocupada, lutavam também contra os Estados Unidos, em guerra deflagrada em seguida ao ataque a Pearl Harbor. Provavelmente a inesperada viagem noturna de Rudolf Hess à Inglaterra tenha resultado em um acordo secreto, decidindo Hitler e seu Estado-Maior a invadir a União Soviética, acordo que mais tarde foi rompido com a entrada dos Estados Unidos na guerra da Europa. A Alemanha, que vencera todos os exércitos europeus, já não podia contar com o Japão, que deveria, segundo planos anteriores, concomitantemente, atacar a União Soviética pelo sul. Se isso tivesse acontecido, a história da Segunda Guerra teria sido outra, pois dificilmente a União Soviética poderia resistir a uma guerra de dois fronts.

   A tentativa dos “historiadores” ocidentais de reduzir a Segunda Guerra à vontade de pessoas distintas torna-se ridícula, à medida que vêm à tona planos arquitetados por grupos de pessoas representantes das empresas transnacionais e dos grandes bancos internacionais que, desde o final da Primeira Guerra projetavam o domínio da Europa e, posteriormente, do mundo – o que não poderia acontecer sem uma Segunda Guerra. Assim, a criação de um Hitler “enlouquecido” ou de um Stálin “terrível ditador” mais fazem parte da lenda do que da verdade histórica. Os fatos comprovam que a História, em todos os seus aspectos, têm sido sistematicamente manipulada e distorcida para favorecer interesses dos que desdenham de povos e nações e desejam impor um império mundial, que inclui a massificação que transforma as pessoas em seres robotizados.

   A Rússia calcula em 26 milhões o número de soldados e civis soviéticos mortos durante a invasão da Alemanha, no verão de 1941, que culminou na maior batalha de todos os tempos: a Batalha de Stalingrado. Por seu lado, a Alemanha perdeu 90% do seu exército durante a invasão e, principalmente, depois de ser derrotada e iniciar a retirada. Foram abertas três frentes de batalha: o exército norte cercou a cidade de Leningrado, o centro do exército alemão chegou a ficar a menos de 30 quilômetros de Moscou e o exército do sul cercou Stalingrado.  

   E em Stalingrado o exército alemão, composto de 4,5 milhões de soldados, foi derrotado devido à resistência heróica do povo soviético. Só em Stalingrado capitularam cerca de 600 mil soldados do sexto exército alemão. Em seguida, iniciou-se o retrocesso em toda a frente. Nos meses seguintes, o exército alemão foi novamente derrotado na batalha de Kursk, onde morreram cerca de 650 mil soldados de ambos os lados. No cerco a Berlim, o Exército Vermelho perdeu cerca de 80 mil soldados, um terço do que o exército dos Estados Unidos perderia em toda a guerra. 

   No dia 6 de junho de 1944, com a Alemanha derrotada na União Soviética e recuando em todas as frentes, aconteceu a invasão da Normandia pelos exércitos dos Estados Unidos e Grã-Bretanha – o chamado dia “D”. Os exércitos aliados desembarcaram 155 mil soldados nas praias francesas encontrando forte, mas não suficiente resistência das cansadas forças lideradas por Rommel. O objetivo era alcançar Berlim antes que os soviéticos. Chegaram depois e até hoje comemoram o dia 8 de maio como o dia da vitória, que não teria sido alcançada sem a União Soviética.  

    O Exército Vermelho libertou mais de 120 milhões de pessoas em territórios hoje em dia pertencentes a 16 países europeus independentes. Mais seis países foram libertados conjuntamente pelo Exército Vermelho e aliados. De acordo com historiadores isentos, o Exército Vermelho libertou cerca da metade do território europeu – sem contar a parte européia da Rússia – do nazismo e fascismo nos anos da Segunda Guerra Mundial, sofrendo o maior número de baixas. Foi a União Soviética que derrotou a Alemanha na Segunda Guerra Mundial. Mas, até hoje, os soldados britânicos e estadunidenses posam de heróis.  

   Por isso a Rússia pós-União Soviética resolveu fazer a maior Parada da Vitória da sua História, em homenagem aos verdadeiros guerreiros da Segunda Guerra Mundial. Além de uma homenagem ao povo soviético dos anos 1940, a Parada da Vitória do dia 9 de maio será uma demonstração de soberania da Rússia, que novamente sofre uma tentativa de cerco, agora por soldados da OTAN e dos Estados Unidos. O governo russo calcula que só em Moscou cerca de 16.000 pessoas desfilarão, entre eles, 800 soldados de mais 10 países aliados (incluindo China, Índia e Sérvia) exibirão novas armas de todos os tipos - desde o mais fabuloso tanque jamais construído, o “Armata”, até o melhor fuzil-metralhadora do mundo: a Kalashnikov. No ar, os mais modernos aviões-caça sobrevoarão a cidade. 

   Para esse desfile foram convidados chefes de Estado e chefes de Governo de todo o mundo, mas os Estados Unidos, assim como todos os seus países súditos, negaram-se a comparecer. Como era previsto, Dilma não irá ao desfile, mandando um representante. A Presidente está de namoro firme com os Estados Unidos, que proibiram todos os seus submissos aliados da América Latina de comparecer ao evento. Dilma não é exceção. Em compensação, nós, latino-americanos, seremos representados pelos presidentes da Bolívia, Equador, Venezuela, Cuba, Uruguai e Argentina, países que se negam à docilidade da dependência. 

   Embora a Rússia negue, a Parada da Vitória também servirá como demonstração de poder bélico. Enquanto os Estados Unidos invadiam Iraque, Afeganistão e se divertiam com “revoluções coloridas” na África do Norte e em todo o Oriente Médio, somente parando frente à resistência de Síria e Irã, a Rússia desenvolvia e treinava as suas Forças Armadas, sabendo que, cedo ou tarde, Estados Unidos e aliados europeus tentariam subverter o povo russo contra o seu governo ou, se não fosse possível, cercar o território russo até que a Rússia aceitasse as condições impostas pelo império. 

    Quando Putin foi eleito surgiram passeatas contra o Governo nas principais cidades russas, em clara tentativa de uma “revolução colorida”, mas Governo e Forças armadas estão unidos e o povo apóia Putin em uma percentagem hoje estimada em 85%. Então, o império liderado pelos Estados Unidos patrocinou o golpe de Estado na Ucrânia, acreditando que poderia colocar ali forças da OTAN. Imediatamente a Rússia reagiu, houve eleições na península da Criméia, que voltou a pertencer à Federação Russa. Ato-contínuo, a região de Donbass declarou independência da Ucrânia, formando-se as repúblicas independentistas de Luhansk e de Donetsk, ou seja, todo o sudeste da Ucrânia, com suas ricas reservas carboníferas. 

   A guerra civil estava declarada e o exército ucraniano atacou os insurgentes, e foi vencido. Em seguida, surgiram as negociações em Minsk, por uma trégua que foi alcançada e já dura alguns meses. Nesse meio tempo, Estados Unidos e OTAN tentam se fortalecer junto às fronteiras russas, prevendo a possibilidade de uma guerra em maior escala. 

   Mais de 120 blindados norte-americanos foram enviados à Letônia, a Estônia recebeu um pelotão de tanques norte-americanos “Abrams” e dois pelotões de pára-quedistas. Para a Polônia, a França enviou dois regimentos, veículos de infantaria e um regimento de engenharia, além de 15 tanques de guerra “Leclerc”, na Ucrânia chegaram armas e soldados norte-americanos. De 22 de março a 1º de abril, mais de 100 blindados com centenas de soldados da OTAN passaram por mais de 1.800 quilômetros no território de seis nações de países bálticos aliados, em clara demonstração de força e hostilidade contra a Rússia. 

   A Rússia reagiu através de declarações de membros do seu Governo, que criticaram a grande presença de tropas da OTAN na Europa, o que viola todos os acordos existentes, inclusive o Ato Fundador Sobre Relações Mútuas, Cooperação e Segurança, assinado entre a Federação Russa e a OTAN, em Paris, em maio de 1997. Nada adiantou. A OTAN continuou a tentar o seu cerco à Rússia, e algumas pequenas escaramuças surgiram no mar e no ar, sem maiores conseqüências até agora. 

   Por seu lado, além de protestar contra as crescentes ameaças ao seu território, a Rússia resolveu mostrar as suas armas. Entre elas, um submarino atômico invisível aos sonares ou qualquer outro meio de detecção, apelidado de “buraco negro” pelos Estados Unidos; aviões de última geração, os blindados mais modernos e um exército calculado em cerca de um milhão de soldados, que poderá ser mobilizado em algumas horas, se necessário. No dia 9 de maio também serão mostrados mísseis supersônicos capazes de carregar várias ogivas atômicas. Novas armas estão sendo fabricadas e, em breve, os mísseis antiaéreos S-500 cobrirão todo o território russo. 

   Uma versão inferior do S-500 - o S-300 – está sendo enviada para o Irã, país constantemente ameaçado pelas forças da OTAN, Estados Unidos e Israel. A Rússia prevê que uma das estratégias de seus potenciais inimigos será tentar destruir, primeiro, o Irá e a Síria. Ao mesmo tempo, há a possibilidade de os Estados Unidos tentarem forjar uma guerra entre Japão e China, que disputam as ilhas Diaoyu, também chamadas de Sensaku, ocupadas pelo Japão, no Mar da China, desde os tempos da expansão do império nipônico e invasão da China. Recentemente, Barack Obama declarou que defenderá o Japão mesmo que seja necessário usar armas atômicas. 

   Aparentemente, trata-se de um blefe, mas, na tentativa de liquidar com a Federação Russa, os Estados Unidos farão qualquer coisa, e a velha estratégia de intimidar os aliados do inimigo já está sendo usada. No entanto, essas ameaças à China constituem-se em temeridade. Atualmente, mísseis balísticos intercontinentais são guiados através de satélites e a China desenvolveu um sistema de canhões a laser, já testado satisfatoriamente, que lhe permite atingir satélites inimigos. 

   De qualquer maneira, a Parada da Vitória do dia 9 de maio, também chamada de Comemoração da Grande Guerra Patriótica, está chamando a atenção do mundo inteiro, devido às especiais circunstâncias que a envolvem. Da Rússia, partiu o grupo de motoqueiros intitulado “Lobos da Noite”, que tentarão chegar a Berlim no dia 9, apesar de todos os obstáculos colocados pelos governos da Polônia – que apóia a Ucrânia fascista – e da Alemanha. Os “Lobos da Noite” carregam consigo uma réplica da bandeira da ex-União Soviética. Outra réplica da mesma bandeira foi enviada para a Estação Orbital Internacional, para que os astronautas russos possam comemorar o Dia da Vitória condignamente.

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