quarta-feira, 26 de agosto de 2015

AÉCIO TAMBÉM É CUNHA




Aécio Neves da Cunha é o nome completo. Provavelmente por razões políticas, adotou só o sobrenome Neves e omite o nome do pai: Cunha. Será parente do Eduardo Cunha? Eu estava pesquisando sobre a possível repercussão das declarações de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef na CPI da Petrobrás, no dia 25, ocasião em que incriminaram Aécio Neves por recebimento de propina, assim como Sérgio Guerra, então presidente do PSDB, morto em 2014. E descobri que o Aécio também é Cunha. Curioso como existem pessoas que não gostam de usar o nome do seu pai. Algumas por interesse, outras também. Interesses os mais variados. No caso do Aécio, o interesse é político. O sobrenome Cunha não tem qualquer destaque. Neves lembra Tancredo Neves, avô materno de Aécio. 

    Quanto à repercussão – pasmem! -, nenhuma. Ao menos nas edições virtuais dos jornais da oposição, como Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. Para esses jornais – e tantos outros que compõem a mídia vendida a interesses não exatamente nacionais – o nome Aécio não pode ser vinculado a corrupção. Tampouco a sigla PSDB.

    O Portal UOL chegou a trocar o título da mesma matéria em menos de 24 horas. O primeiro título era: “Youssef e Costa confirmam repasse de propina a Aécio Neves e Sérgio Guerra”. Mudaram rapidamente para: “Em CPI, Youssef e Costa citam repasse de propinas a tucanos”. O Jornal Nacional deu uma breve nota sobre o assunto e preferiu enfatizar a defesa de Aécio Neves da Cunha. 

    Rodrigo Janot, Procurador-Geral da República, preferiu não indiciar Aécio Neves (da Cunha?) na Operação Lava jato, desconhecendo denúncia da promotora Andréa Bayão Pereira sobre caixa 2 na chamada “Lista de Furnas” – relação que contém nomes de mais de 150 políticos de diferentes partidos. Aécio diz que a “Lista de Furnas” é fraude, mas uma perícia da Polícia Federal confirmou que ela não foi forjada.

    Segundo o delator Youssef, a propina era paga pelo empresário Airton Daré, dono da empresa Buruense, fornecedora de Furnas. PP (Partido Progressista, ex-ARENA) e PSDB compartilhavam uma diretoria de Furnas. Segundo Youssef, os pagamentos mensais eram de 100 mil dólares entre 1996 e 2000. (http://www.viomundo.com.br/). 

     Ninguém acredita que o ministério público, muito menos o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, indicie Aécio. Neves da Cunha. Ao contrário do ditado mineiro, pau que dá em Chico não dá em Francisco. Chico é somente um Chico-Ninguém, Francisco é gente fina. E gente fina, todos sabem, é outra coisa. Gente fina tem nome e sobrenome. Como o Aécio Neves da Cunha, ou só Aécio Neves.

E quanto ao Sérgio Moro, que já está virando piada na internet como o inquisidor-mor da oposição, vai determinar abertura de inquérito contra Aécio Neves da Cunha? Na sua tentativa de deslegitimar a política – o que daria espaço a um golpe de Estado, por supuesto -, Moro tem sido claramente seletivo e nessa seleção não entra ninguém do PSDB. Muito menos o Aécio Neves. Da Cunha.

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