O nome é
Exército Livre da Síria, ou Exército Livre Sírio (ELS), um dos tantos grupos
terroristas que atuam na Síria, patrocinados pelos Estados Unidos e aliados com
o intuito de depor o governo sírio. Segundo a Wikipédia, o ELS surgiu de uma
cisão no exército da Síria, em 2011. De acordo com a mesma fonte, a ruptura foi
alimentada pelos Estados Unidos. “(...) O Exército Livre é armado e financiado
por nações ocidentais e árabes (como Estados Unidos, Reino Unido e países do
Golfo). Vários combatentes desse grupo também receberam treinamento de órgãos de
inteligência americanos e europeus (...)”
No dia 24 de
novembro de 2015, o jornal “Correio da Manhã”, de Portugal, em sua edição
virtual ostentou o seguinte título: “Turquia vai formar 2.000 combatentes do
Exército Sírio Livre”. O corpo da matéria: “A Turquia vai formar cerca de dois
mil combatentes do Exército Livre Sírio, no seu território, depois de ter
chegado a acordo com os EUA para esta formação, noticiou hoje o diário Radikal,
no seu sítio na internet. Washington e Ancara estavam a negociar há algum tempo
esta opção, preferida pelos turcos. Os combatentes vão ser treinados num campo
situado na província de Kirsehir, na Anatólia Central, adiantou o diário de Istambul,
citando fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros”. (http://www.cmjornal.xl.pt/cm_ao_minuto/detalhe/turquia_vai_formar_2000_combatentes_do_exercito_sirio_livre.html).
Portanto, o
Exército Livre da Síria é formado por mercenários a soldo da OTAN. Assim como o
Estado Islâmico.
Na mesma
edição, sob o título “Combatentes do Exército Livre da Síria chegaram a Kobane”,
o “Correio da Manhã” informa que um grupo de 50 “combatentes” do ELS teria
chegado à cidade síria de Kobane – através da fronteira com a Turquia –
para se juntar a mais 1.300 mercenários, ou “combatentes” do ELS. Diz, ainda,
que os mercenários do ELS estariam ali para combater o Estado Islâmico, o que
não é credível, pois o Estado Islâmico enriquece a Turquia com o petróleo
roubado da Síria. O mais provável é que o ELS esteja protegendo o comboio de
caminhões-tanques contra ataques do exército sírio.
No mesmo dia
24 de novembro de 2015, um caça russo Su-24 foi derrubado por um caça
norte-americano F-16 sediado na base de Incirlik, na Turquia. A Rússia
protestou, indignada, acusando o governo turco. E não reagiu.
Em 19 de dezembro
de 2015, o jornalista Betho Flávio, do blog “Boilerdo”, assina a matéria sob o
título “Líder do Exército Livre Sírio é um coronel norte-americano”. Um trecho:
“O jornal egípcio AL-Arabi afirmou, na última sexta-feira, que um coronel
norte-americano, chamado Cleveland, está supervisionando, treinando e
fornecendo armamentos para o chamado ‘Exército Livre Sírio’. O jornal afirmou
ter provas de que o coronel Cleveland está participando ativamente de campos de
treinamento militar da organização, e contratando mercenários, chamados de ‘seguranças’,
para integrar o Exército Livre. Algumas bases estão sendo construídas no norte
da Turquia, no leste do Líbano e no Iraque, com todo apoio financeiro e militar
norte-americano e assessoria da CIA e Mossad. O partido Irmandade Muçulmana
está exigindo que todos os grupos rebeldes na Síria – alguns financiados pela
Arábia Saudita, Qatar e Israel – utilizem apenas o termo ‘Exército Livre da
Síria’, numa tentativa de centralizar as ações criminosas e terroristas contra
o governo legítimo daquele país.”
Assim,
verifica-se que o ELS não só é formado por mercenários a soldo da OTAN e
treinado por oficiais norte-americanos, mas obedece a um estranho partido
chamado “Irmandade Muçulmana”, provavelmente ligado ao Estado Islâmico. (http://boilerdo.blogspot.com.br/2011/12/lider-do-exercito-livre-sirio-e-um.html).
O jornalista
Finian Cunningham, publicou no dia 04/12/2015, no Irã News, a matéria “Massacre
prova cumplicidade da Turquia e de Washington no terror contra a Síria”. Ele
reporta um massacre na aldeia síria de Kessab, em 21 de março de 2014, perpetrado
pelo exército turco, apoiado por brigadas das milícias do Exército Livre da
Síria, a al-Nusra (organização terrorista ligada à al-Qaeda) e o Estado
Islâmico. O ataque foi contra civis, e muitos deles foram degolados.
“Em 1º de
abril de 2014, 12 dias após o assalto ter começado, Ahmad Jarba, o líder pelo
ocidente do Conselho Nacional Sírio (SNC na sigla inglesa) chegou à aldeia
Kessab. O SNC é a ala política (no exílio) do Exército Livre Sírio. Jarba é um
protegido do regime saudita. Ele foi a Kessab para inspecionar a ocupação e
felicitar os militantes na sua bem sucedida violação e entrada na província de
Latakia. No mês seguinte, em maio, Jarba foi recebido na Casa Branca pelo
presidente Barack Obama, onde também foi cumprimentado pela Conselheira de Segurança
Nacional, Susan Rice.”
“O ‘estupro de
Kessab’, como o Dr. Declan Hayes o denominou, foi conduzido pelos combatentes
do Exército Livre da Síria – FSA na sigla em inglês – conjuntamente com as
brigadas jihadistas das tribos turcomanas e da AL-Nusra, assim como com as do
Estado Islâmico.” (http://www.iranews.com.br/massacre-prova-cumplicidade-da-turquia-e-de-washington-no-terror-contra-a-siria/).
E agora o
título de uma matéria do “Sputnik News (antiga “Voz da Rússia”): “Exército
Livre da Síria disposto a conceder dados para combater Daesh. Daesh é o Estado
Islâmico. Leiam e se alarmem. Um “general” do famigerado ELS está disposto a
colaborar com a Rússia, etc. Um pequeno trecho: “Em 11 de dezembro, o
presidente russo, Vladimir Putin, disse que mais de cinco mil pessoas do contingente
do Exército Livre da Síria, junto com as forças governamentais, fizeram os
terroristas recuar”. (http://br.sputniknews.com/mundo/20151214/3063645/exercito-livre-da-siria-dipostos-a-conceder-dados-a-russia-para-combater-daesh.html).
E quem
acredita que o exército governamental da Síria está combatendo ao lado do terrorista
Exército Livre da Síria, contra o Estado Islâmico? Seria um suicídio e Assad
não é bobo, mesmo que, neste momento, pareça estar como refém da política
russa. E se é assim, não é improvável que a Rússia tenha aceitado a chantagem
da OTAN e dos Estados Unidos para tirar Assad do governo e está se aliando com
os terroristas “moderados”, mercenários treinados pelo ocidente.
A Rússia, que
mandou a sua garbosa força aérea para a Síria, lutar contra os inimigos do
governo sírio, agora está unida a esses mesmos inimigos do governo sírio. A Rússia
que dizia que terroristas são terroristas e que todos eles devem ser combatidos
igualmente, subitamente passa a selecionar os seus alvos, provavelmente
atendendo às instâncias dos Estados Unidos e da Turquia que não desejam que os “seus”
terroristas tão duramente treinados sejam alvejados pelos aviões russos.
Outra notícia,
do site Terra, de 24 de outubro, um mês antes da derrubada do Su-24 russo: “Rússia
oferece apoio à oposição síria”. “A Rússia estaria preparada para dar cobertura
aérea ao Exército Livre da Síria (...) afirmou neste sábado (24/10) o ministro
russo do Exterior, Sergei Lavrov, em entrevista a uma televisão estatal de seu país
“Estamos preparados para também apoiar a oposição patriótica, incluindo o
chamado Exército Livre da Síria, a partir do espaço aéreo. O principal, para
nós, é apoiar as pessoas que podem, com autoridade plena, representá-los (os
sírios) e representar grupos armados que combatem o terrorismo”. (http://noticias.terra.com.br/russia-oferece-apoio-a-oposicao-na-siria,5ad0011f2ea267e4d67c660b965326d741aph40o.html).
Quando o caça
russo Su-24 foi derrubado por um caça provindo da Turquia e a Rússia não
reagiu, a não ser através das vias diplomáticas, isso causou uma grande
surpresa. Medo? Estratégia? Estratégia do Temor?
Quando tropas
da Turquia invadiram o Iraque e a Rússia nada fez para defender o suposto país
aliado, apenas protestou formalmente, muitos ficaram escandalizados. Mas,
afinal, é no Iraque e não na Síria, foi a alegação geral.
No entanto,
quando aviões da coligação liderada pelos Estados Unidos bombardearam o
exército sírio, assassinando três soldados, causando 30 feridos e a destruição
de armas e equipamentos, e a Rússia nada fez em defesa dos seus legítimos
aliados, mesmo já tendo instalado os famosos mísseis S-400 na sua base da Síria
– então, quem está acompanhando as peripécias bélicas no Oriente Médio percebeu
que algo tinha mudado na política russa.
Convenhamos
que a Rússia é um país capitalista e está na Síria não só para mostrar a sua
força, mas também para divulgar e vender os produtos da sua indústria de
armamentos. Mesmo assim, ninguém imaginava que a “Mãe Rússia” fosse trair. Ou
recuar. Ou se intimidar. Ou se amesquinhar. Muito menos se imaginava que Putin
fosse usar a máscara de Gorbachev. Mas espero estar errado.
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