Eles
ainda não começaram a prender, a torturar e matar, mas é uma questão de tempo.
O Vice-Presidente Michel Temer, no exercício da usurpação do governo, licença
concedida pelo Congresso e pelo STF golpistas, acredita-se o grande ditador da
república que voltou à velhice do século dezenove, logo após o golpe contra a
Monarquia efetuado pelos ufanistas militares, vencedores do Paraguai com o
apoio do ouro da Grã-Bretanha. Desde aquela época começou a tradição dos golpes
militares e civis no Brasil, sempre com a ajuda de traidores e de potências
estrangeiras.
O
civil traidor do momento é Michel Temer, e não somente ele, mas deputados,
senadores, juízes, membros do Ministério Público, açulados pela imprensa
vendida ao capital estrangeiro. Este é um país de traidores que se revezam,
geração após geração, com o mesmo DNA entreguista, nos porões onde os ratos
costumam guinchar e conspirar.
Curiosamente,
por mais alto que guinchem os ratos quase ninguém os ouve durante os períodos
de aparente democracia, quando o povo que acredita em discursos faz fila para
votar, nas datas aprazadas por histriônicos ratos cúmplices. Alguns escutam o
guincho, mas preferem acreditar que é o canto das sereias e cobrem os ouvidos.
Outros, dizem que são apenas ratos, nada mais que ratos, e passam ao largo.
Ainda
outros, afirmam que o barulho dos ratos é apenas uma demonstração de que a
democracia funciona, pois não é a democracia feita de guinchos de diferentes
tons? O que permite aos ratos se organizarem, guinchar cada vez mais alto,
engordarem e se prepararem para tomar o poder. A dentadas. Em seguida, propagam
a peste do fascismo, que liquida com uma ou duas gerações de desorientados,
esperançosos e passivos democratas pequeno-burgueses.
Detectam-se
os passivos através de suas reações, obviamente passivas. No máximo,
exclamações de surpresa e gritos acompanhados de palavras de ordem. Quando
acontece o golpe, eles gritam “Fora Golpe”, em inútil tentativa de exorcismo, como
se, aos gritos, pudessem assustar e espantar para bem longe a peste já
declarada. Com o passar do tempo, gritam cada vez menos e, por fim, calam-se e
vão cuidar dos seus jardins.
Muitos
dentre os passivos preocupam-se com a maquilagem do golpe. Somente entendem que
é golpe se ele estiver fardado; caso contrário, dizem que é golpe, mas é
“branco”, um golpe fantasiado de leis. Passivos assumidos em sua passividade
observam candidamente a aparência do golpe, para julgá-lo se é mais ou menos
golpe. Por exemplo, no atual golpe a maioria dos passivos está indignada porque
o novo “governo” não tem mulheres ou negros.
É
o mesmo que dizer que, se houvesse negros e mulheres entre os “ministros”
golpistas, o golpe seria mais bonitinho, menos golpe. Admiram-se porque o golpe
tão branco e levemente amulatado é formado por fascistas e racistas notórios;
homofóbicos e machistas. Não perdem por esperar. Logo, o usurpador oficial,
para consolar os passivos, colocará mulheres submissas e negros nazistas em
secretarias e ministérios. E todos dormirão tranqüilos.
Tranqüilos
dormem os golpistas pela ausência de resistência ao golpe. Não se pode chamar
de resistência manifestações cada vez menores e, principalmente, aquelas
marcadas com antecedência para “a próxima quinta-feira” ou “o próximo domingo”.
Isso não é resistência, mas cerimônia para bater o ponto. Por certo, existem
grupos de pessoas destemidas que identificam golpistas em diversos lugares e
esbravejam contra eles. O máximo que conseguem é assustá-los. Ratos têm o
hábito de fugir, agrupar-se e atacar raivosamente quando cessam os gritos.
A
ausência de manifestações foi preenchida por cerca de cinco mil candidatos a
zumbis, que resolveram fazer a anual marcha pela liberação da maconha, em São
Paulo, provavelmente em homenagem à alienação reinante. Estavam tão chapados
que ainda não se deram conta de que a maconha já foi liberada há muito tempo,
ou não poderiam fazer a marcha fumando maconha. Grupos virtuais, como o Mídia Ninja e o Jornalistas Livres reportaram a marcha, ecoando a rede Globo, como
se fosse um grande ato de contestação social, do que se depreende que falta
muito, ainda, para a gurizada recém formada em Jornalismo – e não somente eles
- aprender a separar alhos de bugalhos. Ou consciência social de bagulhos.
Embevecidos
pela fácil vitória, os ratos decidiram entregar tudo para os seus chefes –
grandes e gordos ratos estrangeiros – em troca, somente, do prazer de governar restritamente
o povo ainda obediente. Para garantir essa obediência, o usurpador Temer nomeou
como seu Ministro da Justiça e Cidadania um cidadão chamado Alexandre de Moraes,
que já foi advogado de Eduardo Cunha e de uma empresa ligada ao PCC (Primeiro
Comando da Capital), a máfia de São Paulo. Para Ministro-Chefe do Gabinete de
Segurança Institucional, o novo SNI da nova ditadura, foi nomeado o general
Sérgio Etchegoyen, um dos mais fascistas militares brasileiros. Entre os demais
ministros, muitos são acusados de crimes os mais diversos, especialmente
corrupção, mas nada acontecerá a eles. A Irmandade dos Ratos protege os seus
fiéis ratos.
Antes
que o povo acorde da letargia provocada pelo trauma pós-golpe, Temer e
Corruptos Associados pretendem privatizar tudo. Até o SUS. Seguem as ordens de
Washington e contam com a tradicional lerdice dos deputados e senadores do PT,
acostumados a acordos com a oposição que agora é situação e, por ser situação e
dada a situação de ditadura embrionária, não mais aceitará conchavos, mesmo que
Dilma apareça apocalipticamente montada em um cavalo branco. Ou em uma
bicicleta enfeitada. Os ratos já estão fumando maconha importada, a da lata, e
breve, se a resistência ao golpe continuar tímida e medrosa, seus guinchos
serão mais fortes, e então começarão as prisões, as torturas e os assassinatos.
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